Papel de pão – Desenhando a própria história
Era uma vez...
Um menino que imaginava que poderia transformar seus sonhos em realidade. Ele tinha um brinquedo muito curioso, uma engenhoca maluca: Um carrinho feito como um caixote, rodinhas feitas com rolimãs e dois braços de madeira ligados por pregos e parafusos a um travessão, também feito em madeira: Um carrinho de rolimã.
Sempre com um sorriso no rosto, corria para cima e para baixo brincando com seu carrinho que resolveu apelidar de Reco-reco e, como ele o utilizava para catar trecos e baracutecos, alguns chamavam o menino de Zeca Catatrecos.
Tomou gosto pela leitura e pelos desenhos através dos muitos livros, revistas e gibis que ganhava das pessoas, das “donas de casa” que ele conhecia ao bater de porta em porta pedindo, todo sorridente, coisas para vender ao “ferro velho”. Livros e revistas de histórias em quadrinhos eram seus brinquedos favoritos e o faziam viajar todas as noites para a Terra do Nunca.
Por causa deles começou também a inventar e desenhar, em Folhas de papel de pão, suas próprias histórias. Dona Maria José, sua professora do ensino fundamental, percebendo seu talento, o incentivava através de simples gestos como pedir a ele que criasse os cartazes dos trabalhos escolares e tratando-lhe com elogios.
Palavras que o fazia acreditar que ele era um “Pequeno ilustrador” ou um “Pequeno escritor” e que, um dia, poderia ser no futuro, quando deixasse de ser criança e fosse homem feito, um grande “contador de histórias de verdade”, daqueles que escrevem livros e encantam milhares de crianças. Acreditou tanto que assim aconteceu.
Descobriu que podemos reinventar tudo a nossa volta e que para tornar sonhos em realidade devemos descobrir o segredo deste mistério: Ser gente grande sem jamais deixar de ser criança.